Hybrid, subspecies, or species? The validity and taxonomic status of Phaethornis longuemareus aethopyga Zimmer, 1950 (Trochilidae)

Espécimes de museu de Phaethornis aethopygus: holótipo (macho juv, AMNH), machos jovem e adulto (MPEG) e fêmea (MNRJ). Photo: VQ Piacentini

Resumo

Phaethornis longuemareus aethopyga was described by John T. Zimmer in 1950 and treated as a valid subspecies until it was proposed that the three known specimens were hybrids between P. ruber and P. rupurumii amazonicus. On the basis of some recently collected specimens, we reevaluated the validity of P. l. aethopyga. Despite showing some differences related to age and sex, all specimens agree in the general plumage pattern and are fully diagnosable when compared with any other taxon of the genus. The hypothesis of a hybrid origin becomes unsustainable when one notes that (1) P. l. aethopyga has characters that are unique and absent in the purported parental species, such as the white outer margins at the base of the rectrices; and (2) P. l. aethopyga occurs far from the distribution of one of the alleged parental species. Furthermore, field data show that P. l. aethopyga has attributes typical of a valid and independent taxon, such as lekking behavior. Therefore, given its overall diagnosis, P. aethopyga could at least be treated as a phylogenetic species. Yet its morphological and vocal distinctiveness with respect to other Phaethornis spp. in the “Pygmornis group” is greater than that observed between some species pairs traditionally regarded as separate biological species within the group, which supports its recognition as a species under the biological species concept.

RESUMO– Phaethornis longuemareus aethopyga foi descrito por John Zimmer em 1950 e tratado como subespécie desde então.Nas últimas décadas sua validade foi questionada por alguns autores em favor da hipótese de que os três espécimes conhecidos e atribuídos ao táxon seriam híbridos entre P. ruber e P. rupurumii amazonicus. Coletas recentes de novos espécimes permitiram uma nova análise sobre a validade de P. l. aethopyga. Apesar de apresentarem diferenças de plumagem relacionadas a sexo e idade, todos os espécimes estudados concordam com o holótipo quanto ao padrão geral de plumagem e são plenamente diagnosticáveis quando comparados a qualquer outro táxon do gênero. A hipótese de origem híbrida não se sustenta quando se percebe que: 1) P. l. aethopyga apresenta caracteres únicos e que não estão presentes nas supostas espécies parentais, tal como a base branca do vexilo externo das retrizes; 2) P. l. aethopyga ocorre em áreas distantes da distribuição de um dos supostos táxons parentais. Além disso, dados obtidos em campo mostram que a população de P. l. aethopyga possui diversos atributos típicos de um táxon válido e independente, e.g. a reunião de machos em arenas de exibição. Não obstante configure uma clara espécie filogenética, a distinção de P. l. aethopyga em relação a qualquer outro Phaethornis do “grupo Pygmornis” é maior do que aquela observada entre alguns pares de espécies tidos como válidos dentro deste mesmo grupo, apoiando o tratamento como espécie plena mesmo sob o Conceito Biológico de Espécie.

Publicação
in Auk
Vítor Q. Piacentini
Vítor Q. Piacentini
Professor Adjunto

Meus interesses de pesquisa incluem taxonomia, sistemática e biogeografia de aves neotropicais, nomenclatura zoológica, inventários ornitológicos.